Cientistas da
Northwestern University reuniram dados de pesquisa sobre o que a música – mais
especificamente, aprender a tocar música – faz aos humanos.
Tradução: Claudia
Scordamaglia
O resultado mostra que o aprendizado de música faz
muito mais do que somente nos entreter tocando um instrumento ou cantando. Ao
invés disso, ele realmente muda nossos cérebros.
Este estudo, recentemente publicado na Nature
Reviews Neuroscience, é uma compilação de resultados de pesquisas de cientistas
de todo o mundo, que usaram todos os tipos de métodos de pesquisa. O ponto de
partida para todos estes estudos: treinamento musical tem um profundo impacto
sobre outras habilidades, incluindo a fala e a linguagem, memória e atenção, e
até mesmo a capacidade de transmitir emoções vocalmente.
Então, o que é que o treinamento musical faz?
Segundo os cientistas da Northwestern, os
resultados indicam fortemente ele que acrescenta novas conexões neurais – e que
prepara o cérebro para outras formas de comunicação.
Na verdade, o trabalho ativo com sons musicais aumenta a neuroplasticidade, a capacidade do
cérebro de se adaptar e mudar. “O cérebro de um músico seletivamente aumenta o
armazenamento de informações do som. Em uma linda inter-relação entre os processos
sensoriais e cognitivos, o sistema nervoso faz associações entre sons complexos
e o que eles significam”, Nina Kraus, autora principal do artigo da Nature e
diretora do Laboratório de Neurociência Auditiva em Northwestern, explicou em
um comunicado à imprensa. “A eficiência das conexões “som-significado” são
importantes não só para a música, mas também para outros aspectos da comunicação.”
Por exemplo, os pesquisadores descobriram que os músicos
são melhores do que os não-músicos em aprender a incorporar padrões de som de
uma nova língua em palavras. Seus cérebros parecem estar preparados para
compreender melhor uma fala em um ambiente barulhento.
Além do mais, as crianças que tiveram aulas de
música tendem a ter um vocabulário maior e melhor capacidade de leitura do que
os jovens que não tiveram qualquer formação musical. E as crianças com
dificuldades de aprendizagem, que muitas vezes têm dificuldade em focar quando
há uma grande quantidade de barulho por perto, podem ser especialmente ajudadas
por aulas de música. “A formação musical parece fortalecer os mesmos processos
neurais que muitas vezes são deficientes em indivíduos com dislexia do
desenvolvimento ou que tem dificuldade em ouvir uma fala em uma ambiente com
barulho,” Dr. Kraus afirmou.
Os pesquisadores da Northwestern concluíram que
suas descobertas suportam a inclusão de música nos currículos escolares. “O
efeito da formação musical sugere que, semelhante ao exercício físico e seu
impacto sobre a aptidão do corpo, a música é um recurso que prepara o cérebro
para a aptidão auditiva e, portanto, requer que a sociedade reconsidere o papel
da música na formação e desenvolvimento individual,” ele escreveu.
Além da formação musical, ouvir música também
mostrou ter alguns benefícios notáveis no corpo. Por exemplo, como publicado na
NaturalNews, os cientistas Universidade de Tel Aviv descobriram que bebês
prematuros expostos a 30 minutos de música de Mozart diariamente cresceram
muito mais rapidamente do que os bebês prematuros não exposto à música clássica
(http://www.naturalnews.com/028011_music_premature_babies.html) e pesquisadores
da Universidade de Florença, na Itália documentaram que ouvir clássica, céltica
ou indiana (raga) uma vez por dia, durante quatro semanas reduziu
significativamente a pressão arterial em pessoas que sofrem de hipertensão.
fonte musictube