quarta-feira, 2 de abril de 2014

Elevada potência em Watts RMS não quer dizer 'volume alto'; entenda

Quando pensamos em adquirir algum equipamento de áudio, uma das primeiras informações buscadas é a potência do sistema (amplificador e caixas acústicas). Erroneamente temos o hábito de pensar que o volume ou a pressão sonora proporcionada é resultado da aferição em Watts RMS.

Para ficar claro, watt é a unidade que afere valor de potência elétrica, seja ela mínima, média (RMS) ou máxima (pico/PMPO) e apenas isto.

Anos atrás, os fabricantes divulgavam em seus equipamentos de áudio a máxima potência elétrica fornecida por seus amplificadores através de picos obtidos em curtíssimos intervalos de tempo, também conhecida como potência PMPO. O maior problema é que a metodologia não permitia o fornecimento constante e em tempo integral da potência declarada, nem muito menos em normais condições domésticas de uso.
O gráfico acima ilustra a potência de pico (PMPO) e a potência média (RMS) (Foto: Reprodução/Metuzo Alves)

A indústria então passou a utilizar outra forma de aferição para valores de potência elétrica, desta vez mais honesta e que expressava valores médios e constantes, conhecida como RMS (Root Mean Square) ou raiz quadrática média, que nada mais é do que o resultado de um cálculo matemático.

A aferição da potência em RMS não isenta o equipamento de distorções harmônicas ou sonoras como muitos pensam. Por padrão previamente estabelecido, no Brasil a potência divulgada pelos fabricantes tolera em média 10% de distorção harmônica (THD), o que é um valor bastante elevado.

Quando falamos de volume audível, estamos falando do nível de pressão sonora (SPL) e seu valor é quantificado em decibéis (dB). Por padrão, este formato afere quantos decibéis as caixas acústicas conseguem produzir quando alimentadas pela potência elétrica de 1 Watt estando a um metro de distância. E isto é o que ouvimos e sentimos quando aumentamos o volume no controle remoto.

Para se ter uma ideia, a cada três decibéis a menos, uma caixa acústica precisará do dobro da potência elétrica fornecida pelo amplificador para produzir o mesmo nível de volume (pressão sonora), veja o exemplo abaixo:

Apesar de utilizar metade da potência elétrica, o conjunto A "toca tão alto" quanto o B (Foto: Reprodução/Metuzo Alves)

A caixa acústica (A) possui sensibilidade de 90 decibéis e, quando alimentada por um amplificador com 500 Watts RMS, produz o mesmo nível de volume (pressão sonora) que a caixa acústica (B) que possui 87 decibéis e recebe 1000 Watts RMS de seu respectivo amplificador.

Por isso, de nada adianta o sistema possuir um amplificador que fornece alta potência em RMS se suas caixas acústicas possuírem baixa sensibilidade. É desperdício de dinheiro na aquisição do equipamento e na conta de energia elétrica no final do mês.

Agora que você já sabe, não compre um equipamento de áudio apenas pela potência RMS declarada. Ouça cada sistema e verifique o volume audível e principalmente a qualidade sonora de suas caixas acústicas e alto falantes.

fonte: techtudo
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